sábado, 23 de julho de 2011

Vinte e Quatro Horas.

Cada dia tem vinte e quatro horas, vamos supor que duas dessas horas totais eu tenha usado para fixar minha mente em assunto extremamente importantes e que eu não poderia deixar de lado, e que das seis horas que eu costumo dormir, três eu tenha sonhado com coisas diversas as quais eu nem me recordo ao acordar e que as outras três com absoluta certeza eu tenha tido sonhos em sua maioria bem realistas com ela. Ainda sobram 16 horas, onde eu me dividia em ouvir músicas que me lembravam dela e escrever textos sobre ela e é claro, conversar com ela, coisa que por vários meses eu não deixei de fazer por nem um dia. Pois é, minha vida se resumiu a ela, eu não mais me concentrava em estudar, por que eu faria isso se eu poderia estar trocando centenas de palavras com a pessoa que eu amava? Eu não conversava mais com a minha mãe, era total perda de tempo, nada, absolutamente nada se mostrava mais importante do que aquela menina loirinha de olhos azuis apaixonantes.
Ela não é um anjo como o seu tipo físico sugeriria, disso ela sempre passou longe, coisa que me prendeu a ela mais ainda, pois eu nunca gostei de ninguém extremamente inocente ou de pureza visível, os errados sempre me atraíram, tanto que a primeira visão que eu tive dela, foi de uma menina normal até de mais, nada me chamou muito a atenção, a não ser por certos traços físicos que ela tem e que me atraem. Uma coisa até a se observar é o fato de que loiras nunca me atraíram e que sempre achei bonito olhos claros, mas que nunca nenhum par dos mesmos haviam me hipnotizado como os dessa menina. A sim, não posso me esquecer de mencionar outro fator, ela é mais nova que eu, sim, e isso nunca me agradou em ninguém, pois sempre tive uma cabeça mais adulta do que a dos mesmos da minha idade, então sempre me atraí por pessoas mais velhas.
Além de tudo, ainda atrapalhavam a distância, o amor não correspondido de meu primo por ela e a dificuldade de nos vermos. Agora alguém saberia, por favor, me dizer o que eu ainda pretendia com ela? Pois bastou ela começar a lançar um pouquinho do seu charme misturado com seu jeitinho indescritível para que meu coração que havia há tão pouco tempo se recuperado e se decidido por ter ao menos um tempinho de paz esquecesse-se de todos seus pretextos e caísse de joelhos por aquela menina tão difícil.
Porém não pensem vocês que de início isso foi platônico, que eu ficava em delírios por uma pessoa que não se importava nem se eu estava viva, muito pelo contrário, todos os dias por muito tempo ela pensava em mim sim, da mesma forma que eu pensava nela, as duas queriam se ver, ter uma a outra sem ninguém para incomodar ou julgar. Durante alguns meses, eu tive todos os motivos do mundo, dados por ela para que nunca mais eu a esquecesse.
Mas não podemos nos esquecer de que estamos falando de mim, estamos falando daquela menina complicada, que nunca tem sorte com ninguém, que tem uma decepção em cima da outra e que está sempre a sofrer e murmurar por alguém que não lhe dá a mínima, logo, porque dessa vez seria diferente? Não teria a menor graça se aos 17 anos de vida, eu conseguisse ser feliz com alguma pessoa que me amasse. E é mais do que óbvio que não deu certo, até porque se houvesse dado, o texto que eu estaria aqui escrevendo quase junto com a chegada do sol seria de um tipo bem diferente, seria algo mais leve, mas alegre, algo que transbordaria das mais lindas emoções, pois eu faria questão de que vocês vissem que pela primeira vez eu estava feliz de verdade.
Ela não foi pra mim o que mostrou ser e o que me prometeu ser, ela não ficou do meu lado como parecia e dizia tanto querer, ela não se importou em me ver chorar lágrimas que por ela escorriam, ela me fez juras de quem largaria tudo e fugiria para viver comigo, porém ela em momento algum cogitou vir até mim por alguns instantes apenas para me ver e me abraçar. Ela chegou, me iludiu, me teve para si, usou, largou e pisou. E depois se foi para viver sua vida e fazer o mesmo com outras como se eu nunca houvesse existido.
Por ela eu fiz coisas que nunca nem pensei fazer por alguém, eu conheci novos sentimentos e sensações, eu me abri disposta a realizar suas fantasias e sonhos. Eu me transformei, mudei minha vida por ela sem pensar duas vezes, me dei por completo querendo de volta apenas o amor que ela dizia em vão sentir. Ela conseguiu me decepcionar mais do que qualquer um e por ela eu chorei e sofri como nunca imaginei possível. Foi rápido como o ataque de uma raposa e minha vida estava de cabeça pra baixo.
Parece que algo fez com que ela se transformasse em outra pessoa completamente oposta do que ela mostrava ser. Ou quem sabe como ela mesma me disse, agora ela estava sendo quem realmente ela era, antes, ela estava sendo uma pessoa que ela não passava nem perto de ser. E depois de me ferir com palavras e com silêncio, eu ainda fui mais uma vez atrás, atrás não só da menina que me iludiu friamente, mas sim do meu coração que ela estava levando junto com ela, pois eu o entreguei, mas nunca cogitei pedir que ela me devolvesse, pois no fundo eu queria que ela mesma cuidasse dele pra mim. Em pedidos de desculpas curtos como é típico dela, eu voltei a quem sabe tentar tê-la de volta, mas só consegui me render ainda mais. A fazendo sorrir com coisas que me machucavam, dizendo o que ela queria ouvir mesmo não sendo o que eu queria dizer.
Não sei se minha mente conseguiu tomar as rédeas de toda a situação ou se até minha alma merecia um descanso e foi apenas deixando com que o tempo afastasse a minha menina de mim. Só sei que hoje, quando paro e penso nela sinto saudades, muitas saudades, do seu cheiro, do seu olhar, da sua voz, do seu toque e do seu carinho e até de suas palavras, mas além das saudades eu também consigo sentir algo que definitivamente não sei expressar, não é raiva, não é desprezo, não é repugnância, acho que é apenas uma barreira que eu criei inconscientemente para me proteger do meu amor, do meu amor por ela e do que ele poderia me fazer, para me proteger quem sabem dos encantos e provocações que ela ainda é capaz de lançar, acho que apenas para me ver aos seus pés novamente.
Disso eu aprendo mais um pouco, eu vejo como as coisas podem ser e de um instante para o outro não ser mais, vejo que amor é um sentimento quase que fatal e que pode ser sim lindo como nos contos de fadas, mas que para isso acontecer, ou você é dono de uma sorte suprema ou quem sabe você apenas conseguiu para si umas das poucas pessoas dentro desse planeta que como eu, se entregam para apenas ver quem se ama feliz, acima até da própria felicidade.


23.07.2011
04:59 A.M.

2 comentários:

  1. Acho que nunca te disse mas, toda vez que veio aqui me sinto culpado. Parece que estou lendo um diário. PS: Esquece essa aí(ponto)

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  2. E realmente isso aqui É como um diário meu. Ou um desabafo, nem eu sei ao certo.
    E pode deixar, eu vou esquecer.

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