quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Eu queria fazer uma reunião, a reunião que daria rumo a minha vida. Quando digo rumo, me refiro a auto entendimento. Quando digo vida, me refiro a mim. Nessa reunião estariam todas as pessoas que marcaram verdadeiramente as etapas da minha vida, mesmo que hoje essas pessoas sejam indiferentes, o importante é que em algum momento elas tenham sido fundamentais. Positiva ou negativamente. Todas as pessoas. Ali eu iria me abrir, diria pra cada uma delas tudo que representaram, e pediria que me dissessem também o que eu representei naqueles mesmos momentos. Eu estaria desinibida, sem aquele acumulo de palavras que costumo ter na garganta e na cabeça. Tudo iria sair, tudo que já deveria ter saido. No final da tal reunião, eu diria em alto e bom som o quanto cada um pesou na construção de quem sou hoje, deixaria todos cientes das colaborações e das rasteiras que me deram. Mas alem se dizer pra todos, eu iria dizer pra mim. Eu iria entender o que me tornou assim. Iria entender em que momentos moldei meus sentimentos. Iria entender e quem sabe assim aceitar quem eu sou. De gota em gota eu me transbordaria, até no final poder sem medo de me afogar, nadar em mim.

domingo, 30 de novembro de 2014

Lilás.

E agora o céu está lilás. O sol está nascendo, são ainda cinco e pouca da matina, bem, no meu caso já são cinco e pouca. Eu não durmo mais antes que ele nasça. E não me arrependo, nem mesmo reclamo ou resmungo por estar ainda acordada. Esse é o único momento do dia que eu realmente admiro o sol, quando ele nasce, na chegada da aurora, quando o céu de um breu azul, se torna lilás e se mancha de laranja avermelhado. É uma mudança linda, juro. Vale a pena estar acordada, é de uma leveza incomensurável, posso até dizer que me faz dormir melhor, é muito mais agradável dormir após ver tal fenômeno do nosso universo. Agora ele esta azulando, azulando naquele tom de bebê, chega assim a fazer sentido em minha mente o tal nome desse tom de azul, já que também é o tom do céu ao nascer do dia. E os pássaros! Ah, que lindo é ouvi-los cantando felizes, em várias músicas e melodias. Os vejo pousados pelas árvores da rua, cantando como se nada ao redor os ameaçasse, como se o mundo fosse belo e seguro, cantando a sensação que se dá no nascer do céu lilás. As folhas das árvores ainda úmidas de orvalho e esperando que o azul fique mais vívido e o sol mais amarelo, para que as sequem e dêem energia, para que assim elas por sua vez nos dêem energia para o início de um dia. Isso é bonito, não? Tudo faz tanto sentido, tudo faz tanto sentido e nós teimamos em nos prender em coisas tão vagas e insignificantes, corremos os dias como se fossem maratonas e esquecemos de observar como é lindo o tal lilás. A propósito, acho que seria de bom tom um dia todo lilás, cheio de frescor, cheio desse ar que parece se renovar todos os dias, pois a esta hora ele está tão agradável de se respirar. Merecíamos sim um dia lilás, um dia de ar puro, um dia de pássaros cantando felizes, um dia de árvores com orvalho, um dia quase azul bebê, um dia para refletir sobre o céu, sobre o sol, um dia em que não raciocinássemos como se vivêssemos em uma redoma azul com uma forte luz incandescente. Torço e sonho por um dia em que a imensidão seja vista como eu vejo antes de dormir, linda, pura, e claro, lilás.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Veronica. Três.

- Acho que merecemos uma conversa saudável para resolver essa confusão toda, né? - disse Ana com aquela carinha que parte o coração.
- Sim, temos muito o que conversar, as coisas precisam entrar no eixo. Mas antes disso, deixa eu te levar pra dentro e me da um beijo antes que eu morra de saudade aqui no meio da rua? - falou Veronica
-Okay, mas só um beijo, dona Veronica, nada de me enrolar, me levar pro chuveiro, pro quarto, até eu ter que ir embora sem nada ser resolvido, você sabe muito bem que...
- Ei, não começa a reclamar de mim ainda não, vamos entrar e me da o meu beijo antes que eu te agarre no meio da rua - cortou Veronica com um sorrisinho no canto da boca.
As duas entraram de mãos dadas pelo prédio simples e pouco habitado em que Veronica morava. Ana entrou, brincou com Batata - cachorro que as duas resgataram da rua ainda bem filhote - que pulava em suas pernas como se não a visse ha anos, e se jogou no sofá.
- Agora eu quero o meu beijo - disse Veronica enquanto deitava por cima de Ana no sofá e beijava o seu pescoço.
- Odeio você - disse Ana não resistindo e beijando Veronica enquanto o clima esquentava como era de costume entre as duas.
- Só sei de uma coisa, melhor do que isso aqui no foi... - sussurrou Vê enquanto levantava e passava a mão pelo corpo naturalmente sensual de Ana.
- O que você disse ai? O que não foi melhor que isso?
- Você sabe que eu não sei mentir pra você. Bem, precisamos conversar mesmo.
Ana se levantou, pegou um cigarro do maço amassado de Veronica, acendeu e sentou novamente ja soltando um - Pode começar. O que aconteceu?
Veronica também pegou um cigarro, e por segurança resolveu sentar na poltrona de frente pra Ana, e não mais ao seu lado.
- Na verdade eu não sei o que aconteceu.
- Como assim "NÃO SABE"?
- É, não sei. Eu não conseguia dormir, nem me distrair com nada, minha cabeça estava voando, eu achei que você nem me procuraria mais... Enfim, fui pro bar e não faço ideia do que aconteceu.
- Você só pode estar brincando comigo. Você me da nojo, Veronica. Realmente, eu não deveria ter te procurado. Depois eu que sou louca por sentir ciume. VAI A MERDA!
- Amor, por favor, me escuta, não faz assim não.
- NÃO vem atrás de mim. - berrou Ana ja batendo a porta do apartamento e deixando Batata chorando por não ter recebido nem um carinho de despedida.
Veronica demora a raciocinar, ja que a ressaca tava pesada, mas levanta em um pulo e abre a porta do apartamento pra correr atrás de Ana que estava encostada no corredor com os olhos cheios de lágrima.
- Ai... Que bom que você ainda esta ai. Entra aqui, por favor - diz Veronica com a voz ja embargada - Vamos conversar, depois, se quiser ir embora, não irei mais atrás de você.
Ana entra pelo apartamento sem tocar em Veronica, vai direto até o " bar" e da um gole no gargalo do Buchanan's empoeirado enquanto engole o choro.
- Meu amor, você sabe que o nosso relacionamento esta entre trancos e barrancos, a gente tem brigado por tudo, a tua insegurança ta aumentando, e você sabe que eu perco o controle das coisas muito fácil...
- Veronica, você sabe o que são quatro anos? Você faz ideia do tempo que estamos juntas? Como você consegue ser tao inconsequente e ainda tirar a razão da minha insegurança? Porra! No mínimo você trepou com alguem aqui, na nossa cama, e por você, voltava pra ela e me comia agora. Você é uma piranha!
- Olha só, pega leve ai, não tem necessidade de baixar o nível. Eu realmente não sei o que aconteceu, eu bebi demais, e pra variar esqueci de tudo, deu apagão na minha mente. E se você realmente achasse que eu sou uma piranha, não estaria comigo ha esses 4 anos, ou você é masoquista?
- Provavelmente eu sou mesmo, porque eu sou uma babaca em te amar tanto ao ponto de estar aqui agora. Olha só, me deixa ir embora, ta? Caso você lembre o que aconteceu e resolva ser sincera comigo como não é faz tempo, você me procura.
Veronica chorando se aproxima pra tentar dar um beijo em Ana, que entrega o whisky na mão dela, se esquiva, e vai embora.

(Continua)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

tarde ou cedo demais?

Vendo o sol nascer quadrado e pensando: "Tarde ou cedo demais?". Quem deve ditar meu tempo? Quem pode dizer se já passou da hora ou se é demasiadamente cedo para eu estar aqui, escrevendo, involuntária e feiamente por essas linhas a minha frente. É estranho querer dar liberdade a mente quando se tem todo um padrão e regras até de em que momento do dia você deve estar dormindo, mas pere ai, é a minha criatividade! O certo seria estar descansando os neurônios? Triste, pois eles trabalham tão melhor nessas horas do dia, onde minha percepção está mais aguçada, onde o silêncio e a solidão me fazem mais leve e fresca, mais pura, real. Nunca tenho muito o que dizer, na verdade essa é a minha mais pura e cruel mentira, eu sempre tenho o que dizer, só não tenho como falar. É estranho o quanto me dou melhor com essa infinidade de palavras quando posso escreve-las. Elas não devem soar bem aos ouvidos quando exaladas por minha boca, creio que minhas cordas vocais não trabalhem muito bem. Ou quem sabe apenas não tenham uma ligação eficaz o suficiente com o meu cérebro para reproduzir tudo que por ele passa. Meu Deus, to eu aqui viajando sem dizer coisa com coisa, só pra variar. Penso que gosto e me permito escrever nessas horas por puro medo da solidão. Essa ideia de estar só, sem atenção, sem ninguém ao meu redor tão ligado quanto eu me assusta, e eu me esquivo falando comigo mesma, trocando letras e frases com a minha consciência. Eu me esquivo de mim. Já me esquivei muito dos outros, já tive medo, receio, hoje eu sou o que mais me apavora, o que mais me ameaça, então deixo que cuidem de mim, porque me faz bem, é só o que me faz bem, e então giro ao entorno de quem me cuida, toda uma órbita girando em uma única função, me viver, me planejar, me entender, me dar para ela. Tá dando pra me entender? Merda, alguém me entende? Eu não me entendo, e eu sei que também já sabem disso, mas esses nós que me dão na mente me permitem ser eu, eu sou um nó, um embaraço, uma confusão. Admiro quem se empenha em me desembaraçar, como se quisesse muito ouvir aquela musica e se deparasse com o fio dos fones formando quase um ninho. Eu admiro você, você está aqui, perdendo seu tempo, me lendo. Mas eu me curvo mesmo a quem faz de mim essa musica que precisa ser ouvida diariamente. Eu me curvo a ela. Novamente chegamos a ela. Fazer o que se até quando estou em meu maior estado de liberdade, estou presa a ela, e com tanto gosto... O sol já surgiu forte, as pessoas já estão na rua, indo trabalhar, comprar jornal, pão, ou apenas levando seus cachorros pra passear, mas e as mentes delas? Como funcionam a essa hora? Será que já acordaram, ou da mesma forma que a insanidade em pessoa estão apenas vagando e se desdobrando, e se conhecendo, e se desmontando, apenas mostrando pra si mesmas serem mais do que mostram no horário comercial.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

o clichê mais lindo do mundo.

Conhecer uma pessoa e achar legal, interessante, simpática, não é algo que deva nos fazer pensar que casaremos com ela, né? Pois é, eu também pensava assim, mas olha, é capaz, juro. Bem, a parte do casar eu ainda não sei, mas definitivamente acho bem viável.
As vezes você está com a vida pronta, ou na real, acha que está, que seu relacionamento é sólido e sincero, que esta tudo sob controle, mas eis que de mansinho alguém surge e quando você vê, FODEU, RAPÁ, você gamou, sem nem sentir, apenas foi a pessoa certa, na hora certa, no lugar certo. - E POR FAVOR, GENTE, NÃO ESTOU GENERALIZANDO, É APENAS UM EXEMPLO -.
A verdade é que há seis anos atrás eu conheci uma criança que hoje manda na minha vida. E que ela sumiu por cinco anos, mas que tem exatamente um ano que ressurgiu querendo se impor, querendo ter o lugar dela, querendo mostrar que ela não era mais a menininha que eu conheci. E olha, eu me apaixonei por essa vontade dela, por ela quieta, na dela, distante, ter ficado por meses com uma vontade guardada de mim, cara, DE MIM, ela podia ter quase o mundo todo, mas ela por algum motivo estranhamente surreal,  me quis. Ela quis, e o que ela quer, ela consegue. Hoje eu estou aqui, escrevendo sobre e para ela, então acho que está mais do que claro que eu sou dela. E quando que eu imaginaria isso? Nunca. Quando que eu me vi tendo algo tão sério com a irmãzinha de um amigo meu? Haha Mas Bianca, tava na hora já de saber que na tua vida de tudo acontece, porra. E isso aconteceu, e aconteceu com suavidade, na hora que tinha que acontecer, do jeito que tinha que acontecer.
Hoje fazem seis meses que eu estava pedindo pra que ela fosse só minha e de mais ninguém. Seis meses que eu quis tentar a vera mudar o rumo da minha vida, mudar o foco da minha história, e não vou mentir, eu não sabia se eu iria mesmo conseguir, mas eu quis tentar, porra,  e como ela também queria, ela conseguiu. Olha ai, meu rumo mudou, minha vida mudou, porque como eu disse no início, ela manda na minha vida, mas também, né, eu gosto, eu gosto que ela decida as coisas, ela sabe disso. Não sabe, amor?
Mas oh, não achem que ela manda e toma conta de tudo! Tem hora que eu mando... E tem hora que eu tomo conta, poucas horas por dia, coisa de 23:59... É que não tem jeito, ela sabe bem a necessidade que tenho de cuidar dela com todos os carinhos possíveis, sabe que fico mais chata que mãe, sabe que brigo,  faço cara feia, faço drama. Mas merda, eu já contei pra ela, agora vou contar pra vocês, pra mim ela é do tamanho de um feto, e eu tenho vontade de deixar ela num potinho de kinder ovo e guardar, levar pra todo canto comigo, e cuidar, e mimar, e amar... sem que ela se machuque nunca, sabe? Ela reclama, faz birra, mas ela entende, eu sei que entende. Ela sempre entende.
Ela é menina quando pode ser, é mulher quando deve ser. Ela é uma namorada assustadoramente perfeita, uma amiga linda, uma pessoa especial demais, e como até minha mãe diz, é uma esposa completa. É A MINHA ESPOSA.
Eu amo seus sorrisos sem graça quando faço algo de surpresa. Eu amo o seu olhar que enxerga e lê todas as linhas da minha alma. Eu amo a sua boca que beija e fala o que eu preciso. Eu amo seus defeitos. Eu amo nossos clichês. Eu amo nossos momentos. Eu amo o final das nossas brigas. Eu amo o carinho que você tem por mim, a atenção que mais ninguém sabe me dar, o afeto que me ama e me cuida. Eu amo você inteira, guria.
E eu já disse no sábado e hoje terei que repetir. EU NÃO QUERO MAIS NAMORAR COM VOCÊ, GAROTA.
Então, casa comigo?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ironia cotidiana.

Minha vida gira ao redor de coisas complexas, sempre foi assim e não vejo ela deixando de ser. Algo engraçado. Irônico. Dão-se voltas e eu termino sempre no mesmo lugar. Creio eu que vim pra encarar de frente certas barreiras, e as vezes que eu dei a volta nelas por medo do tombo ao pular, vão ficando guardadinhas, e vai ter uma hora que essa curva vai surgir novamente e eu por me sentir maior, mas forte, mais capaz, pularei com maior coragem. Mas ignora-las? Elas jamais vão se permitir a tal absurdo. Quem eu penso que sou pra fugir de algo que surge nos meus destinos?
As coisas que fizeram eu me sentir culpada voltaram agora para me dar mais uma chance de acertar, será? Nao vou saber ao certo nunca, mas prefiro acreditar nisso e agarrar as chances, até porque, elas parecem valer bem mais a pena agora.
Uma coisa que eu aprendi nessa vida, mesmo sendo eu demasiadamente sensível, é que desabar por qualquer tristeza e dificuldade não vão me levar a nenhum canto desse mundo. Vai surtar? Surta. Vai gritar? Grita. Vai chorar? Não, não chora, transborda. Mas se dê uma hora pra isso, 60 minutos, não mais do que isso, porque ai já não vai ter mais coisa boa na cabeça e você vai estar esgotando seu tempo, o qual você deveria estar usando pra arrumar resoluçoes. Como diz a minha ruivinha: "De problema eu ja estou cheia, to querendo é solução." E é bem por ai, não vou mais me descabelar, vou usar de toda a minha força para pular as tais barreiras novas e guardadas. Vou me fazer feliz, deixar com que me façam feliz e dar tudo de mim para levar a felicidade de volta para quem mais me transmite ela. Vou tomar um floral, procurar um centro, resgatar a religiosidade que me resta, ter a ajuda do mais transcendente ao mais pé no chão. Vou tirar de cada dificuldade mais um motivo pra seguir em frente. Não sou capricorniana a toa, né? Então aqui venho a dar tchau, mas provavelmente, um tchau passageiro, porque ninguém se livra de mim fácil assim, hoje eu to dura na queda, e doa a quem mereça sentir dor.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Verônica. Dois.

Mas calma, não da pra entrar em pânico ainda, pode não ter sido isso. - pensou - tentemos lembrar mais, não pode ser tão impossível.
Lembrou do papo dela com Rodrigo no bar. - Isso, Rodrigo, esse era o nome, já é um avanço.
Foi falado sobre música, shows, futebol e... mulher? Ele me comeu sabendo que gosto de mulher? Cadê o respeito desses caras, hein?
Apagou o cigarro, levantou e foi pro banheiro com nojo do seu corpo, depois de meia hora de um banho frio pra curar a ressaca, pôs uma roupa leve e surrada, se jogou novamente no sofá e foi olhar as sms de ontem.
- Puta que pariu, 5 mensagens não lidas, é, realmente, depois dessa, adeus Ana.
Duas da Tim. - alívio - uma do Pedro marcando de uma putaria aleatória a noite. - foda-se Pedro uma hora dessas. - Agora uma da Ana pedindo desculpas pelo surto de ciúme de ontem a noite e me chamando pra conversar. - mal sabe ela quem está mais culpada na história... - E uma de sua mãe perguntando cadê ela pra almoçarem juntas no shopping. - Pronto, sem namorada e deserdada.
Depois de ligar pra mãe, pedir mil desculpas, diizer que se sentiu mal a noite toda, convence-la de que não estava necessitada de cuidados maternos e remarcar o almoço pro dia seguinte, finalmente, ta na hora de conversar com a Ana.
- Alo...?
- Ve? Finalmente, poxa.
- oi, meu amor, desculpa, dormi demais...
- fez o que ontem, Verônica? Não acredito que enquanto eu estava mal em casa você foi beber e dar por ai.
- ei, calma, não fiz nada, só varei a madrugada vendo filmes, a insonia pesa quando não to bem, cê sabe...
- hm, okay, posso ir pra ai?
- vem, preciso mesmo de você.
- ta certo, meia hora eu chego, beijo.
- beijo, bebê, to te esperando...
Desliga o telefone.
- pronto, agora além da merda feita, ainda to mentindo. Meia hora pra eu lembrar de tudo, vamos, Verônica, põe o cérebro pra funcionar.
- Opa, opa, opa. A loirinha gostosa sentou na minha mesa! Será? Ai, que peso menor no peito agora, dar pra um semi-bombado depois de anos sem pensar em cama com homem ia ser muito triste. - pensou e riu.
Foi pro quarto dar uma geral. Arrumou estante, varreu o chão, arrumou a cama e... uma calcinha comestìvel foi encontrada. - puta merda, a que ponto cheguei, olha o nível putônico da loirinha, saiu pra dar.
Calcinha de bala Juquinha no lixo, lixo na rua, chegou Ana.
- hey, meu bebê, vem ca, vem? - disse a ruivinha pequena enquanto abraçava Verônica e sua cara de ressaca na calçada.

(Continua.)